domingo, 20 de março de 2011

O que sempre importou.

Olhá-la e ver a dor em olhos seus me mata.
Olhá-la e vê-la desviar o olhar que eu tanto amo me mata.
Tocá-la e ver que até meu toque dói me mata.
Sentir que apesar de tudo, ela ainda me ama me mata.
Eu não mereço esse amor, eu a faço sofrer.
Eu não mereço nem a presença dela.
E ela ainda me poupa, ela ainda insiste em dizer estar bem.
"Sim, ainda dói." Ela escreveu. "Ainda estou magoada e não sei quando vai passar."
Não, ela não me entregou isto, eu encontrei escrito em um canto de folha.
Ela ainda está magoada, mas já me perdoou.
Eu sei que essa mágoa irá passar, eu sei que com os dias ela se dissipará.
Mas eu? Eu nunca vou me perdoar. Eu nunca vou deixar a dor ir.
Eu mereço sentir essa dor, para nunca mais cometer tal erro.
Eu mereço que está dor me acompanhe o resto de minha miserável existência.
Está dor que me dilacera, que me destrói.
Porém não me mata, eu não a deixaria me matar.
Eu preciso estar viva pra continuar a sentir tal dor, para continuar pagando o preço pelo erro.
Acima de tudo eu preciso estar viva por ela.
Eu sei que apesar da mágoa, ela sofreria.
Eu não a faria sofrer mais, eu prefiro sentir essa dor por toda eternidade.
Eu só quero que ela não sinta mais dor, que essa dor venha pra mim. Só pra mim.
Desde que ela não sofra mais, nem por um erro meu e nem por qualquer outra coisa.
Eu não me importo se as lágrimas que caem são minhas.
Eu não me importo se sou eu que morro pouco a pouco.
Eu só necessito que ela fique bem, que ela esteja bem. É só o que importa.
É só o que sempre importou.
Porque de mim só sobraram destroços.

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